Mário Quintana

"O amor é isso. Não prende, não aperta, não sufoca. Porque quando vira nó, já deixou de ser laço." - Mário Quintana

domingo, 17 de agosto de 2014

MEU FILHO, VOCÊ NÃO MERECE NADA.

Brum, Eliane, MEU FILHO, VOCÊ NÃO MERECE NADA, disponível em no seguinte link do site http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI247981 - 15230,00.html. Acesso em 24 de maio de 2013
Eliane Brum, jornalista, escritora e documentarista, autora de um romance, Uma Duas - editora LeYa e de três livros, O avesso da lenda - editora Artes e Ofícios, A vida que ninguém vê – editora Arquipélago que lhe rendeu o Prêmio Jabuti 2007 e O olho da rua – editora Globo.

            A pretensão da autora é de alertar seus leitores do grande perigo que há hoje difundido na sociedade perigo este que é o fato de novos adultos, isto é, jovens ingressantes na vida adulta estarem a cada dia mais frustrados com a experiência que estão tendo de sair de debaixo do abrigo seguro dos pais, este fenômeno já há algum tempo observado é consequência de uma sociedade que se transformou de algumas décadas para cá. Hoje adultos entre 45 e 55 anos e que são pais hoje de jovens de 18 anos em média viveram uma época de transição econômica interessante no sentido de que muitos desses puderam proporcionar a seus filhos uma educação e acesso a cultura muito diferente da que tiveram, isto é, o advento da internet em 1995 e diversas outras tecnologias fizeram com que nossa sociedade desenvolvesse uma tendência natural a ser mutável com mais rapidez evidentemente esses pais que muitos tiveram aulas em máquinas datilográficas ficaram com uma sensação de ultrapassados o que com a oportunidade de oferecer aos filhos uma rápida ascensão ao mercado de trabalho mais qualificado do que eles e tentando fazer seus filhos escaparem da frustração da modernidade criou na verdade filhos incapazes de entender que o mundo é mutável sempre e que geração após geração é surpreendida por novas tecnologias de informação e trabalho.
            A tendência natural dos pais assim como acontece em alguns animais é de preservação da cria, é claro que este termo é um tanto grosseiro, mas revela na verdade o que no intimo esses pais creem e transmitem aos filhos, por isso vemos jovens na referida idade entrando na fase adulta onde os pais não os podem levar pelas mãos tendo enfrentar questões das mais diversas, por exemplo, as competitividades do mercado de trabalho vejam que na sociedade é muito comum que o mercado selecione friamente seus trabalhadores e claro que sempre esta seleção dá-se de maneira muito diferente do convívio domestico não se trata do mercado de trabalho como se diz popularmente ‘passar a mão’ na cabeça de seus candidatos selecionados, valerá muito mais o trabalhador que desempenhar bem o seu ofício. Mas os pais não preparam os filhos para esta dura realidade antes os protegem criando uma expectativa de sucesso falsa é quando estes jovens se frustram por não serem recepcionados da maneira paternal no ambiente de trabalho.
            Mas vemos que não é só no ambiente de trabalho que se dá esse tipo de problema e sim também nos relacionamentos interpessoais que os jovens terão de trabalhar durante a vida toda, é comum vermos pessoas se relacionarem com outras na base da chantagem emocional, da corrupção dos sentimentos e das maneiras mais odiosas possíveis porque em tese essas pessoas levam o que trazem de dentro de casa, isto é, acaba transferindo os mimos que recebiam dos pais como uma conta de débito que a sociedade tem com elas, é muito comum vermos em diversas esferas da sociedade pessoas assim.
Para finalizarmos faremos um contraponto que inicialmente encontramos na obra da autora, o fato de que os jovens hoje estão com uma carga de informação muito grande, são ipods, ipads, tablets, e diversos dispositivos tecnológicos que proporcionam acesso à informação como em site Wikipédia, Google, Infoescola e etc. Na verdade existe uma diferença que podemos apontar no sentido de que muita informação não significa conhecimento, dado que conhecimento é a maneira inteligente que nós processamos as informações, falta a esses jovens a experiência de ao coletar essas informações que são diariamente despejadas em suas mentes concatená-las e convertê-las em informação pratica e útil, até que isso se consolide veremos jovens frustrados e pais decepcionados pelo não sucesso emocional e profissional de seus filhos.

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