Brum, Eliane, MEU FILHO, VOCÊ NÃO MERECE NADA, disponível
em no seguinte link do site
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI247981 - 15230,00.html.
Acesso em 24 de maio de 2013
Eliane
Brum, jornalista, escritora e documentarista, autora de um romance, Uma Duas - editora
LeYa e de três livros, O avesso da lenda - editora Artes e Ofícios, A vida que
ninguém vê – editora Arquipélago que lhe rendeu o Prêmio Jabuti 2007 e O olho
da rua – editora Globo.
A pretensão da autora é de alertar seus leitores do grande perigo que há
hoje difundido na sociedade perigo este que é o fato de novos adultos, isto é,
jovens ingressantes na vida adulta estarem a cada dia mais frustrados com a
experiência que estão tendo de sair de debaixo do abrigo seguro dos pais, este
fenômeno já há algum tempo observado é consequência de uma sociedade que se
transformou de algumas décadas para cá. Hoje adultos entre 45 e 55 anos e que
são pais hoje de jovens de 18 anos em média viveram uma época de transição
econômica interessante no sentido de que muitos desses puderam proporcionar a
seus filhos uma educação e acesso a cultura muito diferente da que tiveram,
isto é, o advento da internet em 1995 e diversas outras tecnologias fizeram com
que nossa sociedade desenvolvesse uma tendência natural a ser mutável com mais
rapidez evidentemente esses pais que muitos tiveram aulas em máquinas
datilográficas ficaram com uma sensação de ultrapassados o que com a oportunidade
de oferecer aos filhos uma rápida ascensão ao mercado de trabalho mais
qualificado do que eles e tentando fazer seus filhos escaparem da frustração da
modernidade criou na verdade filhos incapazes de entender que o mundo é mutável
sempre e que geração após geração é surpreendida por novas tecnologias de
informação e trabalho.
A tendência
natural dos pais assim como acontece em alguns animais é de preservação da
cria, é claro que este termo é um tanto grosseiro, mas revela na verdade o que
no intimo esses pais creem e transmitem aos filhos, por isso vemos jovens na
referida idade entrando na fase adulta onde os pais não os podem levar pelas
mãos tendo enfrentar questões das mais diversas, por exemplo, as
competitividades do mercado de trabalho vejam que na sociedade é muito comum
que o mercado selecione friamente seus trabalhadores e claro que sempre esta
seleção dá-se de maneira muito diferente do convívio domestico não se trata do
mercado de trabalho como se diz popularmente ‘passar a mão’ na cabeça de seus
candidatos selecionados, valerá muito mais o trabalhador que desempenhar bem o
seu ofício. Mas os pais não preparam os filhos para esta dura realidade antes
os protegem criando uma expectativa de sucesso falsa é quando estes jovens se frustram
por não serem recepcionados da maneira paternal no ambiente de trabalho.
Mas vemos
que não é só no ambiente de trabalho que se dá esse tipo de problema e sim
também nos relacionamentos interpessoais que os jovens terão de trabalhar
durante a vida toda, é comum vermos pessoas se relacionarem com outras na base
da chantagem emocional, da corrupção dos sentimentos e das maneiras mais
odiosas possíveis porque em tese essas pessoas levam o que trazem de dentro de casa,
isto é, acaba transferindo os mimos que recebiam dos pais como uma conta de
débito que a sociedade tem com elas, é muito comum vermos em diversas esferas
da sociedade pessoas assim.
Para finalizarmos faremos um contraponto que inicialmente
encontramos na obra da autora, o fato de que os jovens hoje estão com uma carga
de informação muito grande, são ipods, ipads, tablets, e diversos dispositivos
tecnológicos que proporcionam acesso à informação como em site Wikipédia,
Google, Infoescola e etc. Na verdade existe uma diferença que podemos apontar
no sentido de que muita informação não significa conhecimento, dado que
conhecimento é a maneira inteligente que nós processamos as informações, falta
a esses jovens a experiência de ao coletar essas informações que são
diariamente despejadas em suas mentes concatená-las e convertê-las em
informação pratica e útil, até que isso se consolide veremos jovens frustrados
e pais decepcionados pelo não sucesso emocional e profissional de seus filhos.
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